Com 14 para 15 anos,
eu fiz um teste para o rádio-teatro da Rádio Inconfidência e
a minha carreira de ator começou ali. Comecei a trabalhar em
1949 e hoje tenho 51 anos de estrada. Do rádio para o palco
foi um pulo, porque, naquele tempo, o teatro em Belo Horizonte
não era muito institucionalizado como hoje. Naquela época, a
gente sempre fazia uma "vida de cristo" na Semana Santa para
descolar uma nota. Eu já fui Centurião, com as pernas muito
finas, mas fui. Depois fui Judas e aí, numa dessas, fui promovido
a Jesus. Minha iniciação no palco se deu assim, nesse teatro
bem amadorístico e oportunista.
Daí eu fui para o
Rio de Janeiro, como rádio-ator, fiquei conhecendo a TV Tupi
e lá virei "sapo" de estúdio. Quando a TV Itacolomi estreou
aqui em BH, eu vim para o teleteatro. Desde então, fazia palco
e televisão.
Cinema eu não gosto
muito. Fiz uns poucos filmes e acho que todo diretor de cinema
tinha que fazer um curso de teatro para dominar a arte de interpretar.
Eles não sabem nem o que pedir ao ator. Não dominam a nomenclatura
da nossa profissão.
O teatro hoje está
bem melhor, principalmente, porque nós já temos mais de vinte
teatros aqui em Belo Horizonte e uma média de sessenta produções
por ano. Não estou exagerando. Todas elas bem sucedidas. Dizem
que o público está em crise. O teatro está em crise. Nenhum
dos dois estão em crise não! O que acontece é que você tem que
fazer uma peça que atenda à demanda de mercado. Isso não tem
uma conotação pejorativa e nem vem em detrimento da arte. A
arte tem que ser consumida. Se ela se fecha em si mesma não
cumpre sua função social. Por que a arte existe? Qual é a função
social do teatro? É refletir no palco a vida de uma determinada
comunidade para que esta, se vendo, reflita sobre si mesma e
modifique seu comportamento para melhor. Então, a arte tem que
ter consumidor e por isso, vejo nosso teatro hoje cada vez mais
forte, cada vez mais profissional."
O GUIA - "Este
guia é absolutamente necessário. É importante que Belo Horizonte
se organize em relação ao turismo e ao lazer. É importante ter
um guia confiável, que possa ser distribuído para todos, tanto
para os moradores daqui, quanto os que vêm de fora. Assim, o
sujeito vai saber o que vai ver e com quem vai ver. Eu acho
até que deveria ser uma obrigação da Prefeitura, como é o catálogo
telefônico para as companhias telefônicas. Tinha que ser algo
assim, obrigatório. Temos outros guias muito bons, mas em alugns
deles tudo fica tão pulverizado e atrasado que, às vezes, fica
faltando informação. O Palco BH é mais específico, concentrado.
A segmentação é muito inteligente."