CARLOS ROCHA (CARLÃO)

Diretor do Teatro Francisco Nunes e Diretor Geral do FIT (Festival Internacional de Teatro)


FIT – “A avaliação desta edição do FIT é muito positiva, como a gente esperava. Conseguimos avançar em muitos setores e atingimos um público de 125 mil pessoas. Acho que a gente conseguiu experimentar coisas novas para rua, apesar de ter havido uma diminuição nesta área, em função de não ter acontecido nenhum mega espetáculo. Mas não acho que isso seja preocupante, pois houve um aumento nos espetáculos de palco e nas regionais, o dobro da edição anterior. O Estação em Movimento teve uma pequena queda de público, mas deve-se considerar que neste ano o ingresso foi pago. Contudo, ainda tivemos um número altamente expressivo de frequentadores. Nem bem acabamos de fechar a 5ª edição do FIT e já iniciamos a 6ª. O Eid (Ribeiro) acabou de chegar da França e já trouxe três propostas boas para rua. Dentre elas, um mega espetáculo chamado “O Inseto” de um grupo alemão de nome “Titanic” para abrir o Festival de 2002.”

FRANCISCO NUNES
– “O dia 30 de setembro é a data oficial do aniversário do Francisco Nunes. Ele é o teatro mais antigo em atividade e está comemorando 50 anos em uma cidade que tem apenas 102 anos. Seguramente, no Chico Nunes, nasceu o moderno teatro mineiro. Todos os grandes diretores que começaram a trabalhar profissionalmente, desde a década de 60, surgiram aqui. Poderia citar o D’Ângelo, Pedro Paulo Cava, Eid Ribeiro e até o meu caso mesmo, além de muita gente que surgiu fazendo suas primeiras montagens.
O teatro teve momentos gloriosos no período das óperas - décadas de 50 e 60. A década de 70 foi marcada pelos shows de música popular brasileira, especialmente o “Projeto Pixinguinha”. A partir da inauguração do Palácio das Artes, o Chico Nunes sofreu um baque por que deixou de ser único e o principal teatro da cidade. Foi um período muito indefinido, de ostracismo, mas depois começa ele a retomar o seu rumo.
O grande projeto na fase atual do Chico Nunes é o FIT. Aqui é a sua sede. Há uma série de coisas sendo feitas no sentido de revitalizar o teatro. Estão sendo implementadas reformas que vão desde a guarita aos camarins, passando pela reabertura do Bar Café Ribalta e a criação da associação dos amigos do teatro, querendo comemorar pelo menos mais 50 anos.”


O GUIA – “Acho que um guia de teatro, sendo feito por gente de teatro, é fundamental em Belo Horizonte. O palco BH será um veículo de prestação de serviço, não só para o produtor como para o público. E também terá um papel muito importante na divulgação da arte cênica, na revitalização do teatro, enquanto atividade artística, econômica e até sentimental, emocional etc. (risos).
O projeto tem tudo para dar certo e a minha torcida é muito grande. Não só torço como estou absolutamente à disposição para ajudar ou fazer o que for possível para que o guia cumpra essa importante tarefa.”

Coxia
Entrevista