Técnico
de Palco do Teatro João Ceschiatti
"Eu
comecei na área de teatro meio por acaso. Com a extinção da Minascaixa,
onde trabalhava, fui transferido para o departamento de pessoal
da Secretaria da Fazenda. Lá conheci o Izaías Horta, gerente da
Sala João Ceschiatti na ocasião. Através dele, acabei conseguindo
uma transferência. Fui para a Secretaria de Cultura e, na sequência,
vim para a Fundação Clóvis Salgado.
Fiquei na portaria por um mês, mas
o que queria mesmo era trabalhar com luz, som e toda a parte técnica.
Mesmo com o quadro de funcionários completo, o Izaías me deu uma
oportunidade e em março de 1993 comecei a trabalhar na área.
Daí para frente fiz cursos aqui dentro do Palácio das Artes, fui
aprimorando as técnicas e conhecendo pessoas e técnicos que foram
me ensinando muitas coisas. São quase 10 anos de Teatro João Ceschiatti.
No início, tinha um certo receio de me aproximar dos artistas.
Talvez por ser um pouco tímido, ficava mais na minha. Com o tempo,
vi que essa aproximação era importante para saber o que o ator,
diretor ou produtor queriam que a gente fizesse. Comecei então
a ter mais contato e fiz até grandes amizades na área teatral.
A minha área é iluminação. Na sonoplastia, sou uma negação. Gosto
mais de fazer a montagem e operação de luz. Só não faço criação,
porque não tenho tempo, pois também trabalho como contador em
outro horário. Para pagar o aluguel do dia a dia, a gente tem
que fazer outras coisas.
FORMAÇÃO - Os cursos
na área técnica são poucos e acredito até que não são muito aprofundados.
Por isso, os técnicos começam a trabalhar sem curso nenhum e vão
aprendendo com os colegas e contando com a boa vontade deles para
ensinar. Por aqui mesmo passaram dois estagiários no ano de 2001
e agora estamos com um terceiro. A própria casa procura incentivar
a colocação de novos técnicos no mercado através de estágios,
já que os cursos dados são esporádicos.
RECADO - Queria agradecer
às pessoas que me deram a oportunidade de estar aqui hoje trabalhando
com o que gosto. Se fosse uma profissão bem remunerada, seria
só o que iria fazer. Agradeço ao Izaías Horta pela oportunidade,
ao Roberto (Chefe de Palco do Grande Teatro do Palácio das Artes),
que foi muito importante para o conhecimento de técnica que tenho
hoje, e aos colegas e técnicos que passaram por aqui. Foram mais
de 15 técnicos. Agradeço aos que aprenderam comigo, porque também
me ensinaram muito. Não dá para citar todos, mas eles sabem de
quem estou falando."
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