Porteiro e Auxiliar de Gerência do Teatro da Praça
"Eu vim da roça (Cataguases-Zona da Mata) e me mudei para Belo
Horizonte em 1982. Meu primeiro emprego foi em 87, na Fundação
Clóvis Salgado, onde fui trabalhar na cantina. Fiquei lá por quase
um ano. Depois disso, trabalhava em um prédio comercial, quando
o Pedro Paulo Cava me indicou para trabalhar na portaria do seu
teatro. Então, fui trabalhar no Teatro da Cidade em 91, época
da inauguração, e fiquei por mais ou menos um ano. Em seguida,
arrumei outro serviço na Secretaria de Justiça e, em 99, vim para
o Teatro da Praça, indicado pelo Pedro Paulo mesmo, para trabalhar
com o Cássio Pinheiro (diretor do teatro), onde estou até hoje.
Além da portaria,
exerço outras funções. Sei de tudo um pouco. Técnica, iluminação,
afinação, identificar a cor da gelatina, os códigos, tudo direitinho.
Só não opero a luz, porque teria que largar o meu posto na portaria,
mas ajudo no que for preciso. Quando tem algum problema eu vou
lá e ajudo. Acabo, com isso, atuando em todos os setores. Adoro
o que eu faço, porque meu negócio mesmo é mexer com o público
e tratá-lo bem. Quando comecei a trabalhar no meio artístico foi
um pouco embaraçoso e estranho. Chegar da roça e já levar aquele
choque… a gente estranha um pouco. Mas aí fui me acostumando,
me acomodando e hoje não consigo trabalhar em outro lugar de jeito
nenhum. Não tenho nada de mal para falar de nenhum artista ou
produtor. São todos muito gente boa, tudo legal e tudo igual.
Já me acostumei, entrei na onda e agora não saio mais não. Gosto
desde um monólogo até a dança do ventre. Se é um espetáculo e
está no teatro, pronto e acabou. Só tenho prazer."
|