TIAGO FELIPE

                 Técnico do Teatro Clara Nunes

Comecei no Teatro Icbeu, na técnica da peça "A Comédia dos Sexos". Depois, fiz o primeiro ano do espetáculo "Acredite, Um Espírito Baixou em Mim" e aí fui convidado pela Marísia do Prado para vir trabalhar aqui no Teatro Clara Nunes. Apesar de ter apenas 18 anos, já completei 5 anos de profissão. Trabalhei com quase todos os profissionais da área e sou o técnico mais novo com carteira profissional. Meu irmão trabalha aqui comigo e a Marília Helena (produtora e gerente do Teatro Icbeu) é minha irmã. Então, tive influência da minha família inteira, por todos estarem ligados ao teatro. Gosto muito do trabalho, mas acho também que é uma área muito ingrata, porque não temos finais de semana nem feriados, além de o técnico ser pouco valorizado e reconhecido aqui em BH.


FORMAÇÃO - Praticamente não existem cursos em BH. O curso do Palácio das Artes, por exemplo, acho muito fraco, pois já tivemos um funcionário formado lá, que não sabia nem metade do que sei. Não fiz curso nenhum. Tudo que aprendi foi com o Cláudio Castanheira e o Eron Loreto que, aqui em BH, para mim, são os melhores. Acho que o Sindicato seria o mais indicado para organizar um curso assim, mas ele não faz muito pelos técnicos. O que gosto mais de fazer na técnica é a iluminação. Criar e operar a luz. Mas a gente faz um pouquinho de tudo. O relacionamento com os artistas é super tranquilo e não tem problema nenhum. O tratamento é profissional e a maioria das pessoas que já nos conhecem tem uma relação mais amiga.

RECADO - O SATED (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões) também representa os técnicos de BH. Por isso, o Sindicato deveria tomar mais conta do técnico daqui, porque ele dá muita importância aos produtores e aos grandes atores e esquece um pouco dos técnicos. Queria agradecer às pessoas que me deram oportunidade. Em especial, o Rômulo Duque, que contratou na época, um técnico com apenas 15 anos de idade para assumir a barra de um teatro com o tamanho do Clara Nunes.

Camarim
Entrevista