Técnico
do Teatro Clara Nunes
Comecei
no Teatro Icbeu, na técnica da peça "A Comédia dos Sexos". Depois,
fiz o primeiro ano do espetáculo "Acredite, Um Espírito Baixou
em Mim" e aí fui convidado pela Marísia do Prado para vir trabalhar
aqui no Teatro Clara Nunes. Apesar de ter apenas 18 anos, já completei
5 anos de profissão. Trabalhei com quase todos os profissionais
da área e sou o técnico mais novo com carteira profissional. Meu
irmão trabalha aqui comigo e a Marília Helena (produtora e gerente
do Teatro Icbeu) é minha irmã. Então, tive influência da minha
família inteira, por todos estarem ligados ao teatro. Gosto muito
do trabalho, mas acho também que é uma área muito ingrata, porque
não temos finais de semana nem feriados, além de o técnico ser
pouco valorizado e reconhecido aqui em BH.
FORMAÇÃO - Praticamente não
existem cursos em BH. O curso do Palácio das Artes, por exemplo,
acho muito fraco, pois já tivemos um funcionário formado lá, que
não sabia nem metade do que sei. Não fiz curso nenhum. Tudo que
aprendi foi com o Cláudio Castanheira e o Eron Loreto que, aqui
em BH, para mim, são os melhores. Acho que o Sindicato seria o
mais indicado para organizar um curso assim, mas ele não faz muito
pelos técnicos. O que gosto mais de fazer na técnica é a iluminação.
Criar e operar a luz. Mas a gente faz um pouquinho de tudo. O
relacionamento com os artistas é super tranquilo e não tem problema
nenhum. O tratamento é profissional e a maioria das pessoas que
já nos conhecem tem uma relação mais amiga.
RECADO - O SATED (Sindicato dos Artistas e Técnicos em
Espetáculos de Diversões) também representa os técnicos de BH.
Por isso, o Sindicato deveria tomar mais conta do técnico daqui,
porque ele dá muita importância aos produtores e aos grandes atores
e esquece um pouco dos técnicos. Queria agradecer às pessoas que
me deram oportunidade. Em especial, o Rômulo Duque, que contratou
na época, um técnico com apenas 15 anos de idade para assumir
a barra de um teatro com o tamanho do Clara Nunes.
|