Assistente
Técnico do Teatro Alterosa
"Eu
comecei com escola. Era do grêmio estudantil e fizemos um grupo
de teatro com Nely Rosa e o falecido Sérgio Espíndola. Algumas
pessoas nos assistiram, dentre delas, o Pedro Paulo Cava, que
nos convidou para um trabalho de ator. A gente era uma turma de
adolescentes e foi lá pelos anos de 73 e 74 que tive a primeira
experiência em um teatro mesmo, o Teatro Marília. Eu entrava mudo
e saía calado. Foi quando eu comecei a perceber que existia um
trabalho que acontecia por trás, na época, com o Felício Alves
e o Sr. Túlio, o maquinista do Marília. Tomei mais amor pelo trabalho
técnico e parei com o de ator. Também, eu não decorava o texto
mesmo e era muito ruim. É muito difícil ser ator.
Tem que ter muita disciplina, estudar muito e ler muito, porque
ele é a primeira cara, figurinha carimbada. Se não existisse o
ator, o bailarino e o palhaço, não existiria porteiro, bilheteiro,
administrador de teatro e nós técnicos. Quanto melhor for o ator,
mais emprego tem para todo mundo. Isso faz com que a coisa progrida
e se torne mais profissional. Daí, eu saí do teatro e fui para
o balé trabalhar com o Grupo "Primeiro Ato". Fiquei lá por cinco
anos e foi o que me levou para a iluminação. Mas o "Primeiro Ato"
viajava muito, meus filhos estavam crescendo e eu tinha de cuidar
deles direitinho. Era meio desgastante. Aí eu fui convidado para
trabalhar no Teatro Alterosa. Estou aqui desde o início e vou
completar oito anos trabalhando na casa. Sou o responsável técnico,
o chamado "chefe de palco". Foi contratada uma equipe, na ocasião
com o Rômulo Avelar, uma pessoa fantástica, grande administrador
com quem aprendi muito. Fiquei mais disciplinado e mais profissional.
O atendimento e o recebimento ao cliente foi o grande diferencial
do Teatro. A empresa nos treinou para isso e investiu. Dá mais
satisfação em trabalhar. Eu acho até que deveria ser aplicado
em outros teatros. A Beth Haas está fazendo um trabalho muito
bom no Teatro Marília, onde já tem um pessoal que atende bacana,
são muito bons de serviço e fico feliz, porque o Marília é a faculdade
dos técnicos e de todos os profissionais da área. Esse diferencial
é o que está fazendo crescer o teatro mineiro."
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