HAPPENING


Manifestação parateatral que floresceu no final dos anos 50 na Europa e Estados Unidos, sob a liderança de Jean-Jacques Lebel, Allan Kaprow e outros. As raízes do happening estão nos movimentos de contestação radical da primeira metade do século, principalmente no DADAÍSMO e no SURREALISMO. A estrutura do happening envolve, obrigatoriamente, a participação ativa e física do espectador. As linguagens estimulantes dependem exclusivamente da inventividade do criador, já que não há restrições ou limites. Projeções, música, efeitos sonoros, cores, luzes, texturas, volumes, organizações do espaço, rítmos, tudo, enfim, pode servir de estímulo num happening. Originalmente, a meta era sacudir as estruturas superadas em que se encontravam as artes, por demais condicionadas aos esquemas tradicionais da bilheteria, REPERTÓRIO, galerias, marchands, etc. O primeiro passo foi permitir que na arte ocorresse a "contaminação do casual", no dizer de Lebel, obtida, principalmente, pela mudança de posição do espectador, que passou de observador a celebrante. A realidade celebrada, por sua vez, deixa de ser ficção para ser realidade do próprio espectador. O happening pode ser visto como uma forma moderna de RITUAL.

Fonte: Dicionário de Teatro - Luiz Paulo Vasconcellos

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