COLETÂNEA

 

RÔMULO DUQUE
Ator, Diretor, Produtor e Presidente da AMPARC (Associação Mineira de Produtores de Artes Cênicas) - JAN/2001

"A 27ª Campanha de Popularização não tem, necessariamente, a obrigatoriedade de repetir a 26ª ou 25ª. Ela só tem a obrigação de manter o espírito pelo qual foi proposto o projeto, isto é, viabilizar o acesso do maior número de pessoas às casas de espetáculos."

WILSON OLIVEIRA
Diretor, ator, produtor e professor - FEV/2001

"A criação é uma coisa intuitiva em termos, pois ela pode ter um início de intuição muito forte, mas se não for organizada ou acrescida de um conhecimento formal, talvez a expressão artística fique mais pobre. Todos os atores que vi ultimamente em BH, que são muito interessantes e que se expressam muito bem, saíram de escola de teatro."


CIDA FALABELLA
Atriz, Diretora e Presidente do MTG/MG - MAR/2001

"A periferia não pode ser usada para projetos temporários, que dão certo e, de repente, todos somem e nunca mais aparecem para dizer algo. (…)" ."Fico muito chocada quando ainda vejo pessoas querendo falar contra um evento e outro, ou contrapor Campanha de Popularização ao FIT. São coisas tão diferentes, que não temos que comparar. Todas são importantes. Deve ser "tudo, ao mesmo tempo, agora".


CARLUTY FERREIRA
Ator, produtor e diretor (integrante do Grupo Deu Palla) - ABR/2001

"O que me incomoda no teatro é a inveja. Nós, artistas, somos muito egocêntricos. Se for uma inveja positiva, tudo bem. Temos que desejar tudo que for bom, mas sem tirar o espaço do outro. O espaço é de todos. Falar mal para quê? Não existe mais esse negócio de competitividade. Todos têm o direito de fazer, bem ou mal. Fazer, fazer, fazer…"


ÁLVARO APOCALYPSE
Diretor do Grupo Giramundo - MAI/2001

"Com a ópera "El Retablo de Maese Pedro" saímos no Fantástico e em todas as revistas e jornais nacionais, o que tornou o grupo bastante conhecido. Houve uma crítica, dizendo que nós havíamos aplicado muita energia e força em um texto estrangeiro. Então, buscamos um texto brasileiro e encontramos "Cobra Norato", que foi o marco definitivo do Grupo."


MAGDALENA RODRIGUES
Atriz e Presidente do SATED/MG (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões) - JUN/2001

"Nos comerciais de televisão, muitas vezes, mais de cem pessoas vão fazer um teste. Todo mundo fica numa sala esperando, esperando e não recebem um script direito, não sabem o que é. O ator fica ali jogado, parecendo uma feira. É de quem pegar. Algumas vezes, sabemos que o casting do comercial já está escolhido. Então, por que fazer esta palhaçada com o artista? Sei até de verdureiro do Mercado Central fazendo teste para ator. O ator é para ser motorista, verdureiro, ser tudo sem ser de verdade. Ator é para ser. E existem muitos para fazer isso."


FERNANDO LIMOEIRO
Diretor, Autor, Professor e Mamulengueiro - JUL/2001

"Fazíamos teatro como se fôssemos mudar o mundo. Aí, você vai vendo que não vai mudar o mundo coisa nenhuma, mas vai melhorar as pessoas e estimulá-las a querer mudá-lo. Não conheço outra forma de fazer teatro, e se ele não for um agente de modificação e um espelho histórico do seu tempo, não terá contribuição nenhuma para a humanidade. Torna-se uma casa de se passar o tempo. Acho que existem coisas muito melhores para passar o tempo do que ver teatro."


LELO SILVA
Bonequeiro e Coordenador do Festival Internacional de Bonecos de BH - AGO/2001

"Queremos crescer bastante e mostrar realmente o que é o teatro de bonecos, tirando essa idéia da cabeça do povo de que o boneco é somente para criança…"



MARCELO BONES
Diretor - SET/2001

"O que nós necessitamos, hoje, é recuperar a nossa capacidade de reflexão enquanto profissionais de teatro. Pensar o mundo que estamos vivendo e o rumo que estamos tomando. Está tudo ligado a algo que temos que batalhar muito, senão vamos perder esse bonde da história e ele não passa mais. Estamos entregando para o outro a capacidade de pensar o nosso fazer artístico."


JOTA DANGELO
Diretor e Ator - OUT/2001

"Sempre acreditei que um ator precisa ter escola, pois é o caminho mais curto entre um objetivo e a maneira de alcançá-lo. É a técnica. Não quer dizer que um ator que não tenha escola não possa chegar a um amadurecimento. Mas poderia encurtar o tempo. Não acredito que uma escola vá formar um grande ator. Mas antes de qualquer coisa, dá a ele algo fundamental na arte em geral: disciplina. Depois, um certo grau de cultura e uma noção ética da sua profissão. Isso ele aprende na escola."


SUMAYA COSTA
Atriz e integrante do Movimento de Teatro de Grupo/MG - NOV/2001

"Não vejo que as leis hoje tenham ajudado muito. Ninguém está preocupado com a cultura. Os empresários estão mais interessados em diminuir impostos. Quando o artista vê que seu projeto não foi aprovado, a tristeza não é só por isto. É que ele não poderá mais trabalhar naquele ano. Não terá mercado de trabalho e ficará esperando a próxima leva. Parece vestibular. Não sabe se vai passar ou não. Hoje, não se consegue trabalhar com nada em cultura, a não ser via leis de incentivo."

 

Entrevista