Diretora do Teatro Marília,
Produtora e Professora
Comecei a trabalhar com
arte desde os 9 anos de idade. Já tocava piano e não tinha professor.
Aí, meus pais viram que eu tinha uma tendência musical e me colocaram
na aula de música. Uma professora reconheceu meu talento e me
indicou para fazer vários programas infantis. Fui convidada para
trabalhar nos programas de TV "Pastoril", "Clube do Guri" e "Essa
Gente Inocente", no Rio de Janeiro. Aos 15 anos parei de fazer
televisão e fui estudar magistério. Fiz o Teatro Nacional de Comédia,
depois me casei e fui morar na Alemanha, onde vivi por 2 anos.
Lá, visitei diversas escolas e teatros, o que enriqueceu ainda
mais o meu currículo. Em seguida, vim morar aqui em Belo Horizonte,
cidade que me recebeu de braços abertos. Eu trouxe a força e o
meu acreditar na arte, especialmente numa época em que as coisas
aqui eram muito difíceis, principalmente no setor infantil. Cheguei
enfrentando vários obstáculos, mas acreditei e subi as montanhas
com a grande ajuda do Grupo Real Fantasia. Como tenho paixão pela
juventude, vi nesses jovens a força que eu estava precisando e
eles acreditaram no meu trabalho. Era escritora e tinha uma peça
com o Luiz Carlos Moreira Ludovikus, chamada "As Bonequinhas Encantadas".
Nós a montamos, estreamos no Palácio das Artes e depois viemos
para o Teatro Marília, onde hoje tenho a maior honra de ser diretora.
Também escrevi "A invasão no Reino Vegetal", "As Aventuras da
Princesa Cebolinha", até que começamos a montar peças de outros
autores. Houve o lançamento do "O Menino Maluquinho" e vi que
o livro era muito parecido com a história de todos nós. Quem não
foi uma criança maluquinha? Entrei em contato com o Ziraldo e,
dirigido pelo Fernando Linares, o espetáculo foi o carro chefe
para todos os nossos trabalhos e vitórias. Depois disso, fizemos
"História de Dois Amores", de Carlos Drumond de Andrade, "Uma
Fada nos Meus Olhos", do Paulinho Pedra Azul" e "Uma Professora
Muito Maluquinha", dirigida pelo Kalluh Araújo, que foi mais um
grande sucesso, pelo profissionalismo em relação a um trabalho
direcionado para a criança e a sua necessidade de ser respeitada.
Deve-se fazer bons trabalhos pensando nisso e foi o que eu tentei
fazer durante a minha vida inteira até hoje. Após o espetáculo
"Uma Professora Muito Maluquinha", desliguei-me do Grupo para
assumir a direção do Teatro Marília.
TEATRO MARÍLIA -
Em 96, fui candidata a vereadora pela classe artística. Foi um
ideal na minha vida de querer mudar, transformar e ter um representante
nosso na política, mas infelizmente não ganhei. Continuei minha
trajetória, quando o Prefeito Célio de Castro me convidou para
dirigir o Teatro Marília. Sou uma pessoa de luta e, quando cheguei
ao Marília, encontrei um grande desafio. Vi que o teatro precisava
urgentemente ser reformado. Já havia um projeto do ex-diretor,
até muito bom, mas a necessidade de mudanças era imediata. Não
podíamos esperar grandes verbas. Com a minha experiência de produtora
e junto com meus funcionários, tive uma grande equipe para realizar
essa reforma, porque não acredito em ações isoladas. Conseguimos
trocar toda a parte interna do teatro (cadeiras, cortinas, aquisição
de novos refletores, mesa de luz, toaletes, foyer e forração anti-incêndio),
tudo com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e também da
iniciativa privada. Na segunda etapa, instalamos o ar condicionado
que foi uma grande vitória e, finalmente, conseguimos pintar a
fachada e colocar uma placa, melhorando a aparência do Teatro.
A cada reforma, senti a satisfação do público, dos artistas e
dos produtores aqui dentro. O mais interessante são as pessoas
que vêm aqui só para visitar o teatro e saber como tudo funciona
por aqui. Por isso, decidi, dentro das minhas propostas de direção
do Teatro, criar projetos sociais que atendam à demanda do nosso
público.
VI MOSTRA DE TEATRO INFANTIL
- É um projeto que começou em 1997, com 4 espetáculos e
hoje conta com 7 espetáculos, que vão atender a mais de 7 mil
crianças carentes. Este é o primeiro ano que a Mostra vai acontecer,
tanto no Marília como no Teatro Francisco Nunes, para ampliar
o número de crianças que tanto precisam e nunca tiveram a oportunidade
de entrar em um teatro. Isso vai marcar a vida delas. É o meu
grande sonho.
NOITE MUSICAL - Este projeto
acontece 4 vezes ao ano, sob a coordenação da Cecília Barreto,
onde já passaram grandes nomes da música mineira. A entrada
é franca, tem debate, um ensaio aberto e, na semana seguinte,
tem o show realizado através desse ensaio. Fica sempre lotado
e é muito interessante.
RECADO - Agradeço às minhas
filhas, aos meus funcionários e amigos, aos meus alunos e a
Deus pela vida com arte, pois, através dela, traço um caminho
para concretizar meus sonhos.
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