Atriz e integrante do Movimento de Teatro
de Grupo/MG
"Comecei minha carreira
em 1977, na primeira turma do Palácio das Artes. Entrei como aluna
e depois, em 79, cheguei a trabalhar lá como funcionária, pois
queriam fazer um corpo permanente de teatro. Foi a primeira vez
em que minha carteira de trabalho foi assinada e como ‘Ator Júnior’.
Fizemos "Essa Tal de Dona Beija" e "Qualquer Semelhança Não é
Mera Coincidência", com direção de Luciano Luppi e, em 83, "O
Mágico de Oz", com Márcio Machado. Nesse ano, saí do P.A. como
professora no projeto "Criarte" que trabalhava nas favelas de
BH. Em 84, entrei para o Grupo Galpão, onde fiquei por dois anos
e fiz três espetáculos. Um deles, o "Ó Procê Vê na Ponta do Pé",
foi uma das melhores coisas que já fiz na minha vida. De 87 a
89 fiz "Na Pontinha do Sonho", um espetáculo de teatro de bonecos
com o Patati Patatá e a Zero Cia. de Bonecos. Entrei no grupo
"Patati Patatá" paralelamente ao Galpão. Conheci João Cristele,
com quem comecei a fazer teatro de bonecos e oficializamos a ATBEMG
(Associação de Teatro de Bonecos de Minas Gerais) existente até
hoje. Em 86 comecei a estudar música (técnica vocal e piano) na
Fundação de Educação Artística e fiz alguns shows. Em 95 entrei
para o FIT e estou até hoje.
MTG - No final
de 90, voltamos com uma conversa antiga sobre fazer uma cooperativa
de teatro. Esta idéia dormiu um pouco para, em 91, surgir o Movimento
de Teatro de Grupo. Como ainda hoje, havia o SATED (Sindicato
dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões), que cuida
do profissional de modo geral e a AMPARC (Associação Mineira dos
Produtores de Artes Cênicas) cuidando dos produtores. O modo de
se fazer teatro de grupo é diferente e sentíamos que não havia
nenhuma entidade que representasse os grupos. Por isso, resolvemos
criar uma associação para cuidar dos seus interesses e do fazer
coletivo. Não queríamos desmerecer as outras entidades, mas cada
macaco no seu galho. Os primeiros grupos fundadores do MTG foram:
Galpão, Andante, Cia. Absurda, Sonho e Drama, Elétrica, Encena,
Kabana, Armatrux, Patati Patatá e outros que totalizavam 13 grupos.
Então, sou uma das fundadoras, fui presidente em dois anos e sou
tesoureira até então. Em 95, recebemos um convite da Prefeitura
para sermos parceiros na realização do FIT (Festival Internacional
de Teatro) e esta parceria acontece até hoje. O MTG cresceu muito.
Alguns grupos saíram e se dissolveram e outros chegaram, completando
13 novamente. O interessante é que é uma associação de pessoas
ocupadas, pois além de já terem os seus trabalhos em seus grupos,
têm também o compromisso com o MTG, onde nos reunimos há seis
anos, uma vez por semana, desde a sua criação.
TEATRO DE GRUPO -
A diferença deste tipo de teatro está na relação do ator com a
produção. Em um grupo, são divididas todas as tarefas, lucros
e prejuízos. Para um ator sair de uma produção da qual ele é integrante
do grupo é mais delicado do que se ele tivesse apenas um vínculo
empregatício com a produção. O grupo faz o ator ter um vínculo
afetivo.
ESTAÇÃO EM MOVIMENTO
- A gente sempre quis mostrar as diferenças do fazer teatro
de grupo e agora temos esta oportunidade, através da 1ª Mostra
de Teatro de Grupo que faremos neste mês de novembro. Como parceiros
do FIT, sempre organizamos a parte de eventos especiais. Em 98,
teve-se a idéia de fazer do espaço da Rede Ferroviária o bar do
festival. Revitalizamos o lugar e fizemos um trocadilho da Estação
da Rede com o MTG. Surgiu, então, a Estação em Movimento. Em 2000,
o bar foi no Parque Municipal, mas o nome continuou. Agora, iremos
dar continuidade, realizando o evento onde vamos transformar a
Serraria Souza Pinto em uma fábrica de teatro.
LEIS DE INCENTIVO
- As leis têm que passar por uma mudança, pois viramos reféns
delas. Fazemos um projeto e nem sempre conseguimos ser aprovados
na sua totalidade. Não vejo que as leis hoje tenham ajudado muito.
Ninguém está preocupado com a cultura. Os empresários estão mais
interessados em diminuir impostos. Quando o artista vê que seu
projeto não foi aprovado, a tristeza não é só por isto. É que
ele não poderá trabalhar naquele ano. Não tem mercado de trabalho
e fica esperando a próxima leva. Parece vestibular. Não sabe se
vai passar ou não. Hoje, não se consegue trabalhar com nada em
cultura, a não ser via leis de incentivo.
RECADO - Vivi
um bom tempo na música e no teatro e tenho que dar parabéns aos
produtores e atores por fazerem arte no Brasil, em Minas Gerais
e em BH. Têm que merecer aplausos constantes, porque não é fácil.
Meus parabéns a todos."
"Comecei minha carreira
em 1977, na primeira turma do Palácio das Artes. Entrei como aluna
e depois, em 79, cheguei a trabalhar lá como funcionária, pois
queriam fazer um corpo permanente de teatro. Foi a primeira vez
em que minha carteira de trabalho foi assinada e como ‘Ator Júnior’.
Fizemos "Essa Tal de Dona Beija" e "Qualquer Semelhança Não é
Mera Coincidência", com direção de Luciano Luppi e, em 83, "O
Mágico de Oz", com Márcio Machado. Nesse ano, saí do P.A. como
professora no projeto "Criarte" que trabalhava nas favelas de
BH. Em 84, entrei para o Grupo Galpão, onde fiquei por dois anos
e fiz três espetáculos. Um deles, o "Ó Procê Vê na Ponta do Pé",
foi uma das melhores coisas que já fiz na minha vida. De 87 a
89 fiz "Na Pontinha do Sonho", um espetáculo de teatro de bonecos
com o Patati Patatá e a Zero Cia. de Bonecos. Entrei no grupo
"Patati Patatá" paralelamente ao Galpão. Conheci João Cristele,
com quem comecei a fazer teatro de bonecos e oficializamos a ATBEMG
(Associação de Teatro de Bonecos de Minas Gerais) existente até
hoje. Em 86 comecei a estudar música (técnica vocal e piano) na
Fundação de Educação Artística e fiz alguns shows. Em 95 entrei
para o FIT e estou até hoje.
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