Iluminador do Teatro da Assembléia
"Trabalhava como coordenador
de produção no programa "Paradão Sertanejo" da TV Bandeirantes.
Aí, um amigo meu, o Maurício Terra, me falou de uma vaga de técnico
no Palácio das Artes. Procurei o Roberto Diniz e fui contratado
pela Fundação Clóvis Saldado para trabalhar como maquinista, prestando
serviço lá por nove anos. Depois fui para o Teatro Klauss Vianna
(na época, Teatro da Telemig) e em seguida para o Sesiminas. Depois
parei um pouco e comecei a trabalhar com outras coisas. Estou
aqui no Teatro da Assembléia há quase dois anos.
Aprendi algumas coisas
de teatro com o amigo Fábio Harley, técnico do Palácio das Artes
e do Sesiminas, e o Túlio, que hoje é o chefe de palco do Palácio
e é um cara que sempre deu toques e ensinou muitas coisas. A pessoa
que quer conhecer sobre teatro, tem que saber onde e como chegar,
porque se aprende valorizando essas pessoas que sabem. Tem muitos
caras legais: o Lenga, Jorge Luiz, o Dinho, chefe de palco aqui
do Teatro da Assembléia e o Ricardo Rabelo. Mas tem gente que
sabe tudo e não deixa ninguém saber nada. Isso é muito complicado.
FORMAÇÃO -
Acho, particularmente, que o SATED (Sindicato dos Artistas e Técnicos
em Espetáculos de Diversão) é um ótimo Sindicato e tem lá uma
pessoa muito forte, amiga e querida de todos, que é a Magdalena
Rodrigues. O que não concordo é o fato de o Sindicato não participar
e não ir a um teatro para saber como estão as coisas. O lugar
de trabalho do técnico tem que ter salubridade. Além disso, ele
trabalha com lâmpadas de 1500 watts que acabam com a sua pele
e sua saúde. O cara tem que estar sábado, domingo, feriado e trabalhar
na frente de refletor, canhão e uma carga enorme de energia elétrica.
O Sindicato tem que cobrar a anuidade dos técnicos, mas em compensação,
tem que estar trabalhando e correndo atrás de coisas, inclusive
cursos para formação. Tem que pegar o técnico que está chegando
hoje, para dar moral. Não é desvalorizando o trabalho que é feito,
mas muita gente deixa de pagar e se afasta do SATED por causa
dessas coisas. Então, tem que correr atrás e dar uma força para
a Magdalena criar cursos para os que querem chegar e dar mais
apoio aos técnicos.
RECADO - Para os técnicos: assim como vocês aprenderam
com outro técnico, têm que ensinar também, para que os novos cheguem,
pois ninguém é insubstituível.
PALCO BH - É um trabalho legal demais, porque valoriza
o nosso profissionalismo. Esse Guia tem divulgado e mostrado que
existem profissionais trabalhando nos bastidores, além de respeitarem
cada setor dentro do teatro: técnicos, iluminadores, sonoplastas,
bilheteiros, faxineiras, porteiros e por aí vai."
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