CARLOS MAGNUS


Iluminador do Teatro da Assembléia

"Trabalhava como coordenador de produção no programa "Paradão Sertanejo" da TV Bandeirantes. Aí, um amigo meu, o Maurício Terra, me falou de uma vaga de técnico no Palácio das Artes. Procurei o Roberto Diniz e fui contratado pela Fundação Clóvis Saldado para trabalhar como maquinista, prestando serviço lá por nove anos. Depois fui para o Teatro Klauss Vianna (na época, Teatro da Telemig) e em seguida para o Sesiminas. Depois parei um pouco e comecei a trabalhar com outras coisas. Estou aqui no Teatro da Assembléia há quase dois anos.

 

Aprendi algumas coisas de teatro com o amigo Fábio Harley, técnico do Palácio das Artes e do Sesiminas, e o Túlio, que hoje é o chefe de palco do Palácio e é um cara que sempre deu toques e ensinou muitas coisas. A pessoa que quer conhecer sobre teatro, tem que saber onde e como chegar, porque se aprende valorizando essas pessoas que sabem. Tem muitos caras legais: o Lenga, Jorge Luiz, o Dinho, chefe de palco aqui do Teatro da Assembléia e o Ricardo Rabelo. Mas tem gente que sabe tudo e não deixa ninguém saber nada. Isso é muito complicado.

FORMAÇÃO - Acho, particularmente, que o SATED (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão) é um ótimo Sindicato e tem lá uma pessoa muito forte, amiga e querida de todos, que é a Magdalena Rodrigues. O que não concordo é o fato de o Sindicato não participar e não ir a um teatro para saber como estão as coisas. O lugar de trabalho do técnico tem que ter salubridade. Além disso, ele trabalha com lâmpadas de 1500 watts que acabam com a sua pele e sua saúde. O cara tem que estar sábado, domingo, feriado e trabalhar na frente de refletor, canhão e uma carga enorme de energia elétrica. O Sindicato tem que cobrar a anuidade dos técnicos, mas em compensação, tem que estar trabalhando e correndo atrás de coisas, inclusive cursos para formação. Tem que pegar o técnico que está chegando hoje, para dar moral. Não é desvalorizando o trabalho que é feito, mas muita gente deixa de pagar e se afasta do SATED por causa dessas coisas. Então, tem que correr atrás e dar uma força para a Magdalena criar cursos para os que querem chegar e dar mais apoio aos técnicos.

RECADO - Para os técnicos: assim como vocês aprenderam com outro técnico, têm que ensinar também, para que os novos cheguem, pois ninguém é insubstituível.

PALCO BH - É um trabalho legal demais, porque valoriza o nosso profissionalismo. Esse Guia tem divulgado e mostrado que existem profissionais trabalhando nos bastidores, além de respeitarem cada setor dentro do teatro: técnicos, iluminadores, sonoplastas, bilheteiros, faxineiras, porteiros e por aí vai."

Camarim
Entrevista