CIBELE GORETE DA SILVA

            Gerente Administrativa do Teatro da Cidade

"Eu trabalho aqui há quase quatro anos e é a primeira vez na vida que trabalho com teatro. Sempre fui secretária de empresas multinacionais, construtoras, nada ligado à cultura. Então, uma amiga que conhecia o Pedro Paulo Cava (Diretor do Teatro da Cidade), me indicou como secretária e ele me contratou na hora. Aí fui mordida pelo teatro. Com o tempo, fui adquirindo outras funções, até que o Pedro resolveu que, me promovendo à Gerente Administrativa, eu abrangeria mais tais funções.





No teatro mineiro, sinto muita falta de um teatro político, mas não sei se as pessoas estão querendo isso. Houve um grande aumento da busca pela comédia. Na Campanha de Popularização a maioria das peças são de comédia. Sinto falta da emoção e de algo que faça sacudir e pegar fogo. Já fui em espetáculos que saí chorando. O teatro faz isso. O riso é muito mais fácil. Não existem mais ideologias. As pessoas estão indo em uma onda de não terem mais por que lutar. Não tem mais censura, ditadura e nem repressão, então a criatividade ficou um pouco largada. Todo mundo quer fazer coisas leves, até porque dá um retorno financeiro maior. Acho que é só isso que está faltando. O resto está tudo muito legal. Só acho que as pessoas deveriam valorizar mais a prata da casa. Os artistas que não são de BH são muito mais prestigiados do que os daqui. Nada contra eles, muito pelo contrário, mas devemos prestar mais atenção na prata da casa."

O GUIA - "O guia foi um achado. Apesar de trabalhar em teatro e ter acesso à programação, precisava de alguma coisa para ficar na minha bolsa ou na minha casa, sem precisar procurar no jornal. Nem todo mundo tem acesso à mídia, compra jornal ou vê televisão. Tem gente que anda com o guia na bolsa marcando as peças que já assistiram ou que irão assistir. Então, não é um "complementinho" não, é um complemento muito grande à informação. Às vezes, o guia cai na mão de quem nem está pensando em teatro, vê a quantidade de espetáculos que acontecem na cidade, vê que os preços não são caros e descobre mais uma opção de lazer. É genial."

Camarim
Entrevista