Operador
de Luz do Teatro Sesiminas
Eu era office boy e fazia serviço de banco e cobrança. Uma vez,
fui cobrar de uma banda de baile e o produtor me perguntou se
eu tinha condições de viajar com eles nos finais de semana, quebrando
o galho, e ele me pagaria por isso. Achei a idéia muito legal
e queria participar. Se hoje trabalho com iluminação, agradeço
ao Newton da Banda MC5, em Montes Claros, cidade em que morava.
Aí, nas sextas, sábados e domingos, viajava praticamente por toda
a Região Norte de Minas com a Banda que tinha cinco músicos.
No começo continuei
trabalhando na auto-peças, mas depois resolvi optar pela Banda,
que tinha crescido, gravou um CD e começou a fazer mais shows.
Parei também de estudar. Daí eu recebi uma outra proposta de uma
banda de BH que iria fazer uma evento lá em Montes Claros. O Zezinho
da Arte e Som foi fazer um lançamento do show da Elba Ramalho,
inaugurando um ginásio poliesportivo. O equipamento deu um problema
e não tinha como substituí-lo. Ele procurou a nossa banda e eu
levei o equipamento, que ficou sob a minha responsabilidade. Lá
eu fiquei dando uma força e ajudando, quando me chamaram para
vir para BH. Optei, então, por morar em uma cidade maior, onde
pudesse encontrar um campo mais aberto, com um salário melhor
e me encaixei melhor dentro da área de iluminação. Agradeço muito
às pessoas que encontrei aqui em BH, por terem me dado a oportunidade
de trabalhar em várias firmas de iluminação, em eventos culturais
de grande porte e até mesmo internacionais. Passei pela Brilho
e Iluminação, Prolight, Zap Lights e fiz alguns free-lancers em
outras empresas. A Zap Lights prestava serviço de iluminação para
o Palácio das Artes e, trabalhando lá, conheci o Jorge Luiz em
89 e 90. Ele era chefe de palco do Palácio, gostou do meu trabalho
e me fez uma proposta de ir para um teatro que estava sendo construído,
que é hoje o Teatro Sesiminas. De lá para cá, construí minha vida
com meu nome na praça, me sindicalizei e comecei a aprender o
que é trabalhar dentro de um teatro. Agraceço por estar aqui no
Sesi há onze anos e não penso em sair daqui, pois é uma ótima
casa. Meu serviço é montar a iluminação e dar acompanhamento técnico
aos espetáculos, shows e apresentações, e manter o bom funcionamento
do equipamento para que ninguém fique na mão.
|