CLÁUDIO CASTANHEIRA

            Cenotécnico do Centro de Cultura Belo Horizonte

Eu comecei a fazer teatro em 1986 no Sesiminas como ator, mas depois vi que essa área não estava me agradando. Fui então para a parte técnica. Fazia cenário e iluminação. Aí, fui convidado pelo técnico Euler, que hoje trabalha no Teatro Alterosa, para fazer um estágio no Teatro Francisco Nunes. Fiquei lá durante quatro meses, quando fui convidado a mudar para o Teatro Marília. Aprendi muito com o Ângelo, que é da turma dos técnicos antigos, com o Eron Loreto e outros.

 




O Teatro Marília, para mim, foi uma escola muito importante e é um espaço que nunca pode acabar em Belo Horizonte, porque ele abre as portas para todas as pessoas que querem aprender a parte técnica e também para artistas que estão produzindo novos espetáculos. Lá, trabalhei durante 4 anos na parte técnica e, por 2 anos, passei a ser chefe de palco. Depois fui convidado para estrear o Teatro Dom Silvério, onde trabalhei durante 3 anos, até 97, na parte de iluminação e montando cenário, porque com esse negócio de globalização, todo mundo tem que fazer de tudo. Hoje em dia, os técnicos têm que saber fazer de 'A' a 'Z'. Não adianta um cara falar que só é operador de som ou só de luz, porque senão ele não vai ter mercado de trabalho. E foi no Dom Silvério que eu comecei na área de produção cultural. Fui convidado pelo Ílvio Amaral e Maurício Canguçu para montar minha primeira produção, que foi "Os Dálmatas" e, depois, o "O Gato de Botas". Agora está em cartaz no Teatro Icbeu um clássico, que é o "Aladim". Vou montar em 2001 "Patinho Feio", além de ter sido convidado para estrear a primeira produção adulta, com a direção do Ílvio Amaral.


No Centro de Cultura de Belo Horizonte trabalho na área de cenotécnica, dando manutenção nos equipamentos, atendendo às pessoas que vêm realizar algum evento.

Na formação de profissionais da parte técnica em BH, nós não temos uma especialização, com profissionais que poderiam vir de fora ou daqui mesmo, para dar uma orientação e formação. Todo técnico que está aí aprendeu foi na escola da vida mesmo. Eu queria aproveitar o ensejo, para pedir a alguma entidade que aproveitasse uma verba do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e montasse um curso sério, fazendo uma pesquisa de mercado, para trazer pessoas interessantes, para que possamos fazer uma reciclagem.

Camarim
Entrevista