Assistente de Programação
e Bilheteira do Galpão Cine Horto
"Não trabalhava com teatro antes.
Inclusive, sou super simples, moro na periferia e sempre trabalhei
com outras coisas como, por exemplo, vendedora em loja de roupas.
A primeira vez que ouvi falar em Grupo Galpão, e foi quando me
causou a curiosidade de vir para o Cine Horto, estava trabalhando
com produção de eventos.
Aí, eu conheci a Teuda Bara (atriz-Galpão)
e fiquei sabendo que o Galpão ia abrir um espaço, um núcleo cultural.
Melou todo o meu trabalho como promotora de eventos, fiquei desempregada
e liguei para cá. Fiz uma entrevista com o Chico Pelúcio (ator
e diretor-Galpão). Passei e estou aqui no Galpão Cine Horto desde
1º de junho de 1999. Não conhecia e não tive uma infância em teatro.
Minha família não tinha grana, o que me fazia nem gostar. Hoje
vejo a maravilha que é, porque estou aqui dentro. O meu trabalho
aqui é administrar a programação da Casa. A Laura Bastos e o Chico
Pelúcio programam tudo que vai acontecer e eu administro. Por
exemplo, tenho que saber quem vai pagar naquele dia, qual é o
curso que tem hoje, qual sala vai ocupar, se o Oficinão vai estar
aqui ou em outro espaço, ensaios em geral e, nos eventos que acontecem,
recebo o pessoal. Enfim, ajudo a fazer acontecer a programação.
A bilheteria foi meio por acaso. Mas gosto e acho muito conveniente,
porque já trabalho aqui em outra função e conheço as pessoas.
A Rogéria Campos me substitui quando quero folgar. Por enquanto,
tem funcionado muito bem. A convivência aqui é muito boa. Seja
com a Laura Bastos, Maria José, Chico… o Galpão é uma grande família.
Todos eles nos tratam, nós funcionários, como a família deles.
Além disso, tenho uma relação de muita confiança. Sinto que o
Chico, quem me admitiu, confia em mim, e isso é que me faz melhor.
Trabalho melhor. Não vou pisar na bola com quem confia em mim.
Aí, fico muito à vontade, fazendo as coisas com muita clareza
e mostrando para ele como fiz.
RECADO
- É uma questão de oportunidade. Como eu não conhecia o teatro
quando era mais jovem, não gostava. Essas campanhas que tem aí,
a preço popular, são maravilhosas, porque as pessoas podem ter
acesso. Então, quem é responsável por isso, que continue fazendo.
Eu gostaria que todas as pessoas que, como eu, não tiveram a oportunidade
de conhecer o teatro, conhecessem. Aí elas veriam a maravilha
que é. O outro recado é: quem está fazendo uma coisa de que não
goste, que mude de vida, mesmo que vá ganhar menos dinheiro. Aqui,
faço o que gosto e aqui eu gosto de fazer. Todos os empregos que
eu tive antes foram coisas financeiras, de manutenção. Aqui, gosto
de trabalhar, independente do meu salário. Tenho que ter salário,
mas tenho que estar aqui.
PALCO BH - É direto, objetivo, e é do que a gente estava
precisando. Quando a gente pega o jornal, costuma ver data errada,
hora errada... No Palco BH, a gente encontra tudo. Todos os teatros,
tudo o que você quer ver com a informação prática, além das entrevistas
que, muitas vezes, já li e gostei."
|