Técnico
do Teatro Dom Silvério
"Eu comecei a trabalhar na técnica com 16 anos, na academia de
balé Stúdio Anna Pavlova, onde fiquei por 10 anos. Daí, fui para
o Teatro da Cidade, onde trabalhei mais cinco anos e agora estou
aqui no Teatro Dom Silvério há seis anos. Aprendi tudo na prática,
olhando os outros fazerem e fazendo mesmo. Na academia operava
o som e a luz, só que era para dança. No Teatro da Cidade peguei
a experiência de teatro e estou aí até hoje nesta área. Um técnico
tem que saber fazer de tudo, senão não sobrevive. O pessoal está
eliminando muita mão de obra. Então, faço som, luz e às vezes,
quando precisa, faço maquinária e cenografia. Trabalho com confecção
de cenários também.
O último que fiz foi
o do espetáculo "Agora Já é Karma" e está pintando um outro que
estou aguardando o desenho. O cenário do "Acredite, Um Espírito
Baixou em Mim" é meu e o do "Chapeuzinho Vermelho" também. Graças
a Deus, o mercado em Belo Horizonte melhorou demais. Antes era
meio escasso, mas agora o espaço está mais aberto. A gente procura,
entre nós técnicos, manter o melhor relacionamento possível, porque
um depende do outro. Quando vou fazer uma luz no Palácio das Artes,
todos me tratam super bem e quando vem alguém de lá para cá, o
tratamento também é o mesmo. Acho que deveria haver um curso para
o pessoal que está começando agora e até mesmo para mim, que já
estou com quase vinte anos de carreira. O teatro é um negócio
que a gente nunca sabe tudo. Cada espetáculo traz uma coisa diferente.
Então a gente está sempre aprendendo."
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